quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A CARTOMANTE ( CONTO REESCRITO)



 

. “A CARTOMANTE” - CONTO DE MACHADO DE ASSIS 

CONTO REESCRITO 

Ludovico relata a Hércules que a mais fatos estranhos acontecendo  na terra do  que no espaço, que nem imaginam os grandes estudiosos.
 Yago  veio para o Brasil em busca de novas aventuras, se instalou numa casinha aconchegante no alto de uma colina e dava sempre as mesmas explicações para todos sobre o seu repentino retorno a sua terra natal. Inclusive para Ana, esposa de Joca, seu amigo de infância a quem haviam se comprometidos a serem amigos para toda a vida.
Ana era uma moça muito bela  e foi inevitável a paixão de Yago por ela.
Com o passar do tempo Yago acabou se afastando de Ana, porque temia ser descoberto.
Num sábado de dezembro de 1966 a formosa Ana contou a Yago que foi consultar uma cartomante que lhe falou que ela gostava muito de uma pessoa. Ana afirmou que sim. A cartomante continuou falando que ela tinha medo de ser abandonada por ele, mas as cartas não mostravam que isso pudesse acontecer. – Yago se desmanchava em gargalhadas por achar engraçado o fato de, ela ir consultar uma cartomante.
- Os homens são assim, acham graça de tudo e não acreditam em nada.  
 -Fique você sabendo que a cartomante adivinhou até meus pensamentos, antes de fazer a consulta ela já sabia o que eu estava querendo saber. Yago afirmou que a cartomante estava certa e abraçou-a, olhando fixo para ela e disse,  que  quando estivesse com alguma dúvida seria melhor conversarem, do que andar sozinha por aí.
- Onde é a casa da cartomante? Quis saber Yago. –Fica perto do Barracão e quer saber? 
- Fui muito corajosa de entrar na casa da cartomante Serafina, que era uma figura estranha, mal ajeitada, mas muito conhecida pela suas magias.
-Tu acreditas mesmo nestas coisas?- Perguntou Yago. Foi aí que Ana falou: - Sim acredito e agente fica toda arrepiada quando dona Serafina começa a falar das cartas. Yago não acreditava em nada do que Ana falava, e  de mãos dadas continuaram andando.
Ana acreditava no amor de Yago, e arriscava sua vida por seu amor clandestino, mas mesmo assim tinha medo de ser abandonada por ele.
As conveniências uniram os três: Ana, Yago, e Joca. Três nomes e um destino.
Passaram-se algum tempo e os pais de Yago sofreram um grave acidente que lhes causou a morte. Yago  sofreu muito e  Joca  se manteve próximo ao seu amigo. Ana cuidou de Yago com muito carinho, ele gostava de passar horas ao lado de Ana, mulher bonita e atraente.
Um dia, porém, Yago foi surpreendido com uma carta anônima que o chamava de covarde e desumano e dizia que as aventuras acabariam, mas que as falsas promessas   marcariam os corações para sempre. Yago teve medo e logo suspeitou de Joca, passou analisar seus atos e mudou seu jeito de tratar a todos. Mas nem por isso ficou mais tranqüilo, as cartas  continuavam a chegar. E Ana pensava em muitos jeitos de desvendar o mistério, quem será que era o autor das tenebrosas cartas anônimas?
No dia seguinte mais uma carta e desta vez a carta dizia: vem já para o castelo preciso falar-lhe. Logo pela manhã, Yago saiu ao encontro do desconhecido, estava chegando o momento de desvendar o mistério. Tremulo e nervoso seguia lendo e relendo o que dizia a carta. O medo e o nervosismo aumentavam passo a passo, e indagava a si mesmo: - quem será o autor das cartas anônimas?
 Ao passar pela casa da Cartomante dona Serafina resolveu chegar e fazer uma consulta, talvez ela pudesse lhe adiantar o que o encontro lhe esperava, mas nas cartas só apareceram coisas boas, e previam um bom futuro não aconteceria nada de ruim nem para ele nem para sua amada Ana. Confiante, Yago queria acreditar que nada houvesse para deixá-lo assim, tão aflito. Espichou os passos e pensou: quanto antes eu saber melhor!
Yago estava deslumbrante com as boas previsões das cartas, o medo desaparecera. Tudo parecia estar resolvido e chegou a rir de suas aflições e da suas desconfianças. Recordou as cartas anônimas e desceu as escadas que o levam à rua de volta ao encontro misterioso. 
Lembrava as palavras da cartomante,  falando do amor que uniam os dois, seu coração estava alegre e teve uma sensação de felicidade.
Finalmente chegou ao local combinado, um castelo assombroso e só de olhar Yago tremia da cabeça aos pés.
Pouco a pouco foi entrando, nem um sinal de vida humana, Yago até imaginava o que poderia ser, mas não queria acreditar.
 Desconfiado começou a chamar: - Oi tem gente aí? Teve impressão de ver um vulto aparecer e desaparecer, parecia fantasma o cercando por todos os lados. Yago fechava os olhos, à casa toda parecia que olhava para ele, queria correr, mas suas pernas pareciam travadas. A curiosidade fez com que chamasse por alguém outra vez. Daí a pouco, apareceu Joca com uma feição pálida e muito triste, fez-lhe sinal e entraram no quarto de Joca, Yago deu um grito de desespero, sobre a cama, estava o corpo de Ana sua amada, seu amor clandestino havia sido descoberto, Joca, segurou-o pelas costas e com vários tiros acabou também com a vida de Yago seu rival estirando-o morto sobre o corpo de Ana.



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